terça-feira, 23 de junho de 2015

INSONE

Confesso que penso
Que não me pertenço
E nem a ninguém
Que não há vintém
Que possa (a)pagar
A dor que existe
Ela que insiste
Em me machucar.






Confesso que travo

Às vezes, paraliso
E sim, te preciso.
Mesmo que saiba
Que todo esse amor
Nesse peito não caiba.
Só quero  dizer
Que a felicidade
Não pode viver
Nos livros, teoremas...
E nem noutro ser.
Mas uma ilusão
Em dias tão duros
Me salva de apuros
Me faz respirar.


Confesso que dói

Que aqui me corrói
O peso de ser
O peso de ver
Que tão pouco eu sou
Que o tempo passou
E só agora te achei.


Confesso que é pouca

Que é feia e rouca
A voz que aqui há.
E em vezes tão louca
Em gemidos sem roupa
Eu teimo em te amar...


Confesso que choro

Ao ler ou ouvir
O ego me mata
Diz que não é pra mim.
Em vão orgulhosa
Não estico a prosa
Silencio então.


Confesso que tenho

Um velho porão
E semanalmente
Eu faço exorsão
Também me embriago
Na vã ilusão
E assim se mantém
Esse meu coração.


Julie Oliveira

*Mantenha a autoria desse poema
*Todos os Direitos Reservados



sexta-feira, 19 de junho de 2015

ORAÇÃO DA GRATIDÃO

Deus,
Livrai-me do tédio
De um amor médio...

Deus,
Conceda-me a emoção.
Um amor que se acomode
Em meu pobre coração.

Deus,
Permita-me conhecê-lo,
Dai-me olhos para vê-lo.

Deus,
Que não fique na canção
No verso da minha mão
Ou seja só desventura.

Julie Oliveira

*Mantenha a autoria desse poema
*Todos os direitos reservados

SUBLIMANDO DIAS

Sublimar é enaltecer, exaltar... Mas, é também transcender, defender-se com algum mecanismo.
E quem de nós não o (s) faz? Eu? bastante!
Derramo, vomito, suplico, convoco e transcrevo sobre o papel dores, alegrias e sensações várias.
Sempre foi natural como respirar, porém em momentos já me perguntei porquê, e uma das respostas (se houver) talvez seja esta: para sublimar os dias e os muitos sentimentos que transbordam de mim.






Hoje, para além de sublimar, partilho e ainda que com um pouco de receio, exponho retalhos poéticos muito íntimos desses e dos dias idos.
Não prometo um diário, mas um emocionário conforme já batizei alguns antigos cadernos.
Saibam que ainda não sublimei meu medo do diário, da rotina massacradora e engolidora das boas coisas. No entanto, tenho descobrido as rotinas necessárias e experimentado todo o lado bom dela.

O lado ruim?

Estou sublimando!



Julie Oliveira

*Mantenha a autoria desse texto
* Todos os Direitos Reservados